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Entrevista a Elizabeth Rodriguez

Quem é Liza Ortiz?

Liza é uma mãe solteira. Quando casou com Travis, acabou por pôr a sua vida e sonhos de lado, mas ao fim de algum tempo decidiu que estava na altura de dar o salto. Agora é a principal responsável por Chris, o seu filho com Travis. Agora aceita a sua relação e está decidida a compensar o tempo perdido na sua formação como enfermeira. Liza é então uma estudante e uma mãe, e isso já é muito. É mesmo ótimo poder interpretar uma mulher forte que pode ser perspicaz e inteligente, mas também carinhosa e não ter que escolher uma ou outra faceta.

O que é que a motiva?

Ajudar as pessoas e fazer o que está certo é o que motiva Liza. Ela tem um coração enorme, é agarrada à verdade e quer a verdade sem “tretas”.

Como é a relação de Liza com Travis agora que estão divorciados?

É uma relação que requer muita paciência. As coisas que sempre se meteram no caminho da sua relação com Travis continuam a fazer parte da sua personalidade. Por exemplo, o facto de ele querer sempre consertar tudo. Travis e Liza vão ser sempre os pais do Chris. Acho que quando se trata da segurança de um filho, as pessoas unem-se automaticamente . Por isso, coincidimos no sentido em que partilhamos isso. Ela sabe que pode confiar em Travis.

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Liza pode ser um bocadinho sufocante com o filho porque tenta compensar o facto de Travis não estar presente, de agora ele estar com outra família e de ter sido ela a desencadear a sua separação de Travis. Chris é tudo para Liza.

Qual é a tua primeira impressão do mundo de Fear the Walking Dead?

As nossas personagens estão em Los Angeles, vêm de duas famílias divididas, e estão a tentar fazer com que as coisas funcionem no seu dia-a-dia. De repente, surge qualquer coisa que parece uma epidemia, e sendo numa cidade tão grande gera-se um pandemónio e tenta dar-se sentido a tudo rapidamente. As coisas estão a acontecer tão rápido, e as pessoas que estão a ser infetadas são, por vezes, tão humanas, que parece que não pode ser nada para além da gripe das aves ou alguma coisa semelhante.
E nós estamos a tentar cuidar do nosso clã, enquanto tentamos perceber efetivamente o que está a acontecer e a tentar aceitar a verdade: que isto não é só epidémico, as pessoas estão a transformar-se em algo não-humano. Mas vemo-las em estados anteriores a começarem a ser totais walkers. Ainda nem sabemos que o que são walkers. São os nossos vizinhos. Nós simplesmente não sabemos que isto é algo que não se possa resolver, portanto é muito difícil conseguirmos pensar no que estamos a ver porque não temos comparação.
O público sabe mais do que nós e isto é emocionante porque quando vejo alguma série e sei o que vai acontecer, é stressante. Movemos-nos entre tudo o que é normal e um grupo de zombies. Por isso é fantástico ver estas personagens a aceitarem a sua nova realidade ao seu próprio ritmo.

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Como é que esta série é diferente de The Walking Dead?

Esta série é paralela a The Walking Dead, mas começa antes, por isso há uma lembrança de como era o mundo. Podemos ver os valores a mudar e nós a termos que fazer escolhas entre o mau e o pior, e a perdermos partes de nós pelo caminho, ou, pelo menos, das pessoas que éramos no primeiro episódio. Aprendemos tanto num período de tempo tão curto devido a quão depressa as coisas se desfazem.

Quais são algumas das escolhas com que Liza tem que lutar?

Acho que numa altura ou outra todos acabamos por fazer escolhas que nunca pensariamos fazer. Não conseguimos imaginar completamente como seria estar nesta situação e Liza chega-se à frente. A um nível emocional ela não consegue processar os seus próprios sentimentos porque tem que pôr uma máscara para o seu filho, para que se possa concentrar em mantê-lo a salvo.

Neste mundo, o que é que devemos aos vivos e o que é que devemos aos mortos?

Como é que honramos os mortos? É instintivo ajudar ou cuidar das pessoas ou das suas feridas e nesta situação tens que ir contra isso porque não sabemos o suficiente e podemos morrer se ajudarmos. Portanto estamos a agir contra o instinto humano. E depois, o que fazemos para honrar as suas vidas? É uma encruzilhada interessante para pensar e que será explorada nesta temporada.